Atualmente várias alterações fisiológicas vêm sendo constatadas em pessoas que contraíram o vírus e desenvolveram formas, desde as mais leves, até as mais severas de Covid. Entre várias sequelas, podemos perceber em alguns casos a alteração de textura de pele e também de cabelo.

CABELOS

Quando o assunto é cabelo já se sabe que na grande maioria da população acometida pela doença a queda se apresenta de forma intensa, em média, após dois meses da recuperação do acometimento pelo vírus. Este quadro é chamado de eflúvio telógeno, que é um fato temporário e reversível. Normalmente as pessoas apresentam uma queda excessiva de cabelo após uma infecção, evento estressante físico e ou emocional.

Quando a pessoa se encontra saudável, em média, 85 a 90% do cabelo está na fase anágena ou no estágio ativo de crescimento. Em geral, a taxa de crescimento mensal é de um centímetro, podendo chegar a dois em alguns casos. O resto do cabelo está em uma fase de repouso, também conhecida como fase telógena. A queda dos fios de cabelo é normal, pois, o cabelo permanece na fase anágena por cerca de dois anos e depois vai para a fase telógena, em que cai para ser substituído por novos fios.

Na situação chamada eflúvio telógeno, mais fios de cabelo entram na fase de repouso, resultando em maior queda de cabelo, principalmente da parte superior do couro cabeludo. Como o volume de queda é bastante expressivo as pessoas se assustam com esta fase.

Embora esteja sendo considerado um fato comum para quem teve covid, pode e deve ser tratado de maneira integrada com alimentação variada e repleta de frutas, verduras e legumes, boa hidratação e consumo adequado de alimentos fontes de proteínas. Outros fatores que podem causar essa condição incluem cirurgia de grande porte, estresse significativo, trauma físico, perda extrema de peso ou mudanças repentinas na dieta, febre alta ou doença grave, alterações hormonais repentinas, hipotireoidismo, hipertireoidismo e deficiência de ferro.

COMO AUXILIAR A REDUZIR O IMPACTO DO EFLÚVIO TELÓGENO?

A deficiência de minerais como ferro e zinco tem sido demonstrada como agravante do eflúvio telógeno. O estudo conduzido por Kill constatou que os níveis de zinco eram significativamente menores em um grupo de 320 pacientes com a queda de cabelo agravada.  O zinco é um mineral importantíssimo para o nosso organismo e está envolvido na formação de proteínas e enzimas.  Apresenta-se de maneira bastante importante em várias funções celulares e, por isso, está sempre relacionado com a atividade imunológica. Porém, ele é importante para outras funções, especificamente no cabelo – O zinco é potente inibidor da regressão do folículo piloso, ou seja, previne a queda dos fios.

Da mesma forma, o ferro exerce papel fundamental na nutrição do folículo. Mulheres com deficiência de ferro (bastante comum em mulheres cuja menstruação é intensa ou que estão na fase de puerpério) estão sob risco de desenvolver perda de cabelo com falta deste mineral.

Vitaminas como o ácido fólico, vitamina E, Vitamina C e biotina também são importantes para o ciclo capilar, pois atuam em processos metabólicos de síntese proteica, expressão hormonal ou ainda sinérgicos a outros minerais como o zinco.

Dos nutrientes estudados em queda de cabelos, a biotina tem demonstrado particular importância. É sabido que a deficiência de biotina está relacionada com a perda de cabelos e pelos corporais. Esta vitamina hidrossolúvel age como cofator essencial para garantir o crescimento de células saudáveis. A função essencial da biotina é a síntese de proteínas e, mais especificamente a queratina, responsável pelo crescimento saudável das unhas e cabelos.

Outra vitamina importante neste processo é a vitamina A. Ela exerce várias funções biológicas no organismo: é essencial para a visão, sistema imunológico e também importante para o crescimento e manutenção de todos os tecidos. Seu excesso ou a deficiência estão correlacionados diretamente com a queda de cabelos. A vitamina A aumenta significativamente o percentual de folículos na fase anágena, isto é, na fase de crescimento.

CUIDADOS COM A PELE

O maior órgão em extensão de nosso corpo é a nossa pele. Ela é responsável por proteger todos os órgãos internos.

O consumo de alimentos com propriedades (ou com nutrientes) antioxidantes ajuda a diminuir o efeito dos radicais livres e por isso ajuda a retardar o processo do envelhecimento precoce de nossa pele. As frutas e verduras frescas, os peixes, as nozes, os legumes e diversos óleos vegetais são ricas fontes de antioxidantes. Quanto mais coloridas as frutas e verduras, mais garantida a oferta de polifenóis anti-inflamatórios, e assim o resultado é mais eficaz.

Além de prevenir o envelhecimento precoce ainda devemos garantir a saúde das células em todas as camadas de nossa pele e por isso o consumo de alimentos fontes de Ômega 3 (como sardinhas, cavalas e sementes de linhaça ou de chia é fundamental). O equilíbrio deste nutriente auxilia a redução de formação de compostos inflamatórios, e também apresenta efeito positivo na melhora da elasticidade em conjunto com as vitaminas A e C. Outro nutriente bastante importante neste processo é o colágeno, que usa as vitaminas para formar as fibras que mantém a pele lisa, saudável e elástica em conjunto com a correta hidratação.

A hidratação tem papel fundamental na manutenção da tez da pele. O consumo de água pura em pequenos volumes e sempre fresca (quase gelada), segundo necessidade individual, é a melhor forma de se hidratar, pois desta forma a absorção é mais rápida, e consequentemente melhora a hidratação de todas as nossas células, inclusive as de camadas mais externas de nossa pele.

Importante destacar que nenhum destes nutrientes age isoladamente e todos agirão com maior eficácia na presença de proteínas para que a formação da queratina esteja garantida. A sintonia de todos os nutrientes com as vitaminas e minerais auxilia a transformar o período transitório de queda de cabelos em o mais breve possível.

Referências:

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