Colágeno Tipo 1 x Colágeno Tipo 2: Entenda a diferença
29 de junho de 2021 . por Catarinense Pharma
O que é o Colágeno?
O termo “colágeno” é derivado das palavras gregas Kolla (cola) e Genno (produção) e, atualmente, é um termo utilizado para denominar uma família de, pelo menos, 27 formas distintas da mesma proteína. O colágeno é de origem animal e é encontrado no tecido conjuntivo do corpo, como tendões, ossos, cartilagens, músculos, dentes e pele. É produzido principalmente pelos fibroblastos (células) desses tecidos conectivos e outras células especializadas que também produzem certos tipos de colágeno.
A diversidade de colágenos é determinada principalmente pela presença de várias cadeias-alfa (estrutura molecular) com diferentes aminoácidos. O colágeno hidrolisado, por exemplo, é considerado a maior proteína fibrosa e insolúvel encontrada na matriz extracelular da pele e é formada por pequenos peptídeos enriquecidos com aminoácidos específicos, sendo eles a glicina, e prolina e a hidroxiprolina.
É completamente normal que o corpo humano passe por diversas alterações ao passar dos anos, sendo essas alterações mais perceptíveis na pele e nas articulações, não é mesmo? Neste conteúdo vamos te ajudar a entender melhor sobre essas alterações e as diferenças entre o colágeno tipo l e tipo ll, conhecidos popularmente por Colágeno Tipo 1 e Colágeno Tipo 2.
Quais são os tipos de colágenos?
Os tipos de colágeno possuem diferenças, como a variação de diâmetro, comprimento, estrutura molecular, localização e composição de aminoácidos. Dentre os vários tipos de colágenos já identificados e estudados na literatura científica, podemos destacar o tipo l e ll. Vamos entender as diferenças?
COMPARATIVO DENTRE OS TIPOS DE COLÁGENO | ||
TIPOS | Tipo 1 | Tipo 2 |
ONDE É ENCONTRADO? |
É o tipo mais comum e considerado o mais abundante na pele humana (80%). Encontrado em locais que resistem a grandes tensões, como na derme da pele (camada intermediária e mais espessa da pele). |
Encontrado em locais que resistem a pressões, como cartilagem elástica e hialina (a variedade de cartilagem mais encontrada no corpo humano). |
PARA QUEM É INDICADO? |
Indivíduos que buscam auxílio para recuperar ou aperfeiçoar o aspecto da pele. |
Indivíduos que necessitam de auxílio na restauração, flexibilidade e lubrificação das articulações. |
FONTES ALIMENTARES |
Diversas fontes animais (carne vermelha, frangos, suínos, peixes e outros) através da pele, carne, cartilagem e ossos. |
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HORÁRIO PARA CONSUMO |
Recomenda-se o uso no período da noite*, mas pode ser alterado de acordo com a recomendação do profissional. |
*Um dos fatores determinantes, segundo a literatura, é que o Hormônio do Crescimento (GH), o qual tem o pico de atuação no período da noite, atua na regulação anabólica da cicatrização e acaba acelerando a formação local de tecido de granulação e o depósito do colágeno.
Pele
Uma das principais causas do envelhecimento cutâneo é a perda do colágeno, que pode diminuir gradativamente a partir dos 30 anos, pois a capacidade do colágeno de se restabelecer naturalmente diminui em 1,5% ao ano e é quando as fibras elásticas ficam menos flexíveis, mais finas e menos hábeis para resistir a alterações mecânicas. Este processo é o envelhecimento intrínseco, ou seja, de natureza genética, caracterizado por ser mais lento, suave e gradual.
Já o envelhecimento extrínseco, ou também conhecido como fotoenvelhecimento, é caracterizado por agressões externas ao nosso organismo, como a exposição excessiva aos raios ultravioletas, a poluição e o uso de tabaco e álcool. Esses fatores induzem à produção elevada de radicais livres, moléculas que induzem à destruição de outras moléculas e células, causando, consequentemente, a perda da sua função biológica.
Dessa forma, conforme observado na literatura científica e apresentado na tabela acima, o Colágeno tipo I é o mais indicado para auxiliar na saúde da pele.
Articulações
A cartilagem articular hialina é um tecido avascular (não existem vasos sanguíneos no interior do epitélio), altamente especializado e atua recobrindo a superfície das articulações diartrodiais, os condrócitos. Essas células presentes em pequenas proporções são consideradas o centro metabólico e produtor da matriz extracelular observada na cartilagem, composta basicamente por água, proteoglicanos, colágeno e outras proteínas.
A composição e a complexa organização estrutural entre o colágeno e os proteoglicanos garantem as propriedades inerentes à cartilagem articular.
Conforme os anos passam as articulações ficam mais rígidas e, em alguns casos, por conta da idade ou por lesões, doenças relacionadas podem surgir, como a artrite, que é a inflamação das articulações e que traz limitações funcionais ao indivíduo.
Sendo assim, conforme observado na literatura científica e apresentado na tabela acima, o Colágeno tipo II é o mais indicado para as articulações.
Quais são as formas de consumir colágeno?
O colágeno, tanto o Tipo I quanto o colágeno Tipo II, podem ser consumidos através da ingestão alimentar de fontes animais, como a carne vermelha, frangos, suínos e peixes.
Além disso, podem ser consumidos a partir de suplemento alimentar e são encontrados em cápsulas, em pastilhas de goma e em pó – este último também pode ser encontrado na forma de sachês, o que facilita o transporte e o consumo.
Estudos mostram que a ingestão do colágeno hidrolisado pode ter efeito positivo sobre a pele e que a sua suplementação auxilia a promover a síntese de colágeno endógeno. Sugere-se que os peptídeos de colágeno podem potencializar a ação dos fibroblastos e a formação de fibrilas de colágeno.
Caso precise, busque orientação de um profissional de saúde habilitado para uma conduta individualizada de acordo com a sua necessidade.
Referências
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- Pinheiro, SCB. Alterações articulares causadas pelo envelhecimento e seus impactos para a autonomia do idoso. Arquivos do MUDI, v. 23, n. 3, p. 35-45, 2019.
- Silva, TF. Penna, ANB. Colágeno: Características químicas e propriedades funcionais. Rev. Inst. Adolfo Lutz (Impr.),São Paulo, v. 71, n. 3, 2012.
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- Zague, V. A new view concerning the effects of collagen hydrolysate intake on skin properties. Arch Dermatol Res. 2008;300(9):479-83.
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Thalyta Souza – Nutricionista
CRN 10/8301
Mariana T. Weinfurter – Nutricionista
CRN 10/8252P