Circulação

Castanha da Índia: o que é e para que serve

24 de setembro de 2021 . por Mariana T. Weinfurter (CRN-10/8252P)

De acordo com o cenário atual, pela rotina agitada, aliada à necessidade de permanecer muito tempo na mesma posição para trabalhar e, ainda, com a falta de atividade física, é comum o aparecimento de queixas com relação à sensação de peso e dor nas pernas, inchaço, câimbras e às varizes.

Conforme dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de 80% da população utiliza apenas medicamentos tradicionais para o tratamento de várias doenças, mas, segundo a medicina popular, o extrato da Castanha da Índia é uma ótima alternativa e suas preparações são aplicadas para o manejo de doenças periféricas e doenças vasculares, como insuficiência venosa cardíaca, hemorróidas, dor, inchaço e peso dos membros inferiores.

Sendo assim, neste texto vamos te mostrar como a Castanha da índia pode ser a sua aliada e as formas que ela pode auxiliar na sua saúde!

O que é e onde pode ser encontrada?

A Castanha da Índia (Castanheiro/Castanheiro da Índia), nome botânico Aesculus hippocastanum, é uma árvore nativa da Península Balcânica, mas é cultivada em todo o mundo. As flores são brancas ou rosas e o fruto é redondo com uma casca espessa, verde e espinhosa, contendo uma semente marrom brilhante (castanha).

Desde quando é utilizada?

As plantas medicinais são utilizadas desde os tempos antigos e, em particular, o extrato da Castanha da Índia era utilizado popularmente para o tratamento de muitas doenças, como queixas retais, distúrbios de bexiga e gastrointestinais, febre, cãibras nas pernas, entre outras.

Atualmente, é amplamente utilizada na Europa para insuficiência venosa, principalmente nos membros inferiores, para edema (inchaço) e  para hemorróidas. Dessa maneira, o seu extrato é consumido como forma de medicamento fitoterápico  e pode ser encontrado na forma de cápsulas ou em pó para o consumo.

Quais são os benefícios?

A Castanha da índia é fonte de uma substância nomeada como escina, além de outros componentes como a aescigenina, taninos, flavonóides (quercetina, canferol e esculina), fitoesterol, ácidos graxos essenciais (ácido linoléico/ ômega 6), proteínas, vitaminas (B, K1, C, pró vitamina D), e carboidratos.

Estudos mostram que estes componentes da Castanha-da-Índia, especialmente a escina, podem auxiliar na prevenção e tratamento em casos de má circulação, insuficiência venosa crônica, edemas (inchaço), varizes, hemorróidas, além de ter efeito anti-inflamatório.

Mas de que forma funciona no corpo?

Primeiramente, vamos entender do que se trata a Insuficiência Venosa Crônica (CVI): é a incapacidade das veias da parte inferior da perna de transportar o sangue de volta em direção ao coração, situação que pode causar danos às veias das pernas e trombose venosa profunda e, com isso, pode resultar em vazamento de sangue e acúmulo nas pernas e pés.

Esse cenário pode favorecer ao cansaço excessivo, sensação de peso, dor, pele seca, inchaço e úlceras (feridas) nas pernas.

Deste modo, a principal função da Castanha da índia no organismo é atuar sobre o sistema venoso, aumentando a resistência e o tônus (condição de flexibilidade e de firmeza) das veias, ativando a circulação sanguínea e favorecendo o retorno venoso.

Quem não pode tomar

O uso da castanha da Índia não é recomendado para crianças, adolescentes menores de 18 anos e para mulheres grávidas sem a indicação de um profissional de saúde habilitado. Além disso, não é indicado para pessoas que tenham hipersensibilidade à escina (componente da Castanha da índia).

Cuidados no consumo e efeitos colaterais

Em casos de superdosagem podem ocorrer sintomas como náuseas (enjoo), vômito, pruridos (coceira), irritações gástricas, fraqueza e outros.

 

Referências

  1. Aesculus hippocastanum (Horse chestnut). Alternative Medicine Review Volume 14, Number 3, 2009.
  2. Idris, S. Mishra, A. Khushtar, M. Phytochemical, ethanomedicinal and pharmacological applications of escin from Aesculus hippocastanum L. towards future medicine:. Journal of Basic and Clinical Physiology and Pharmacology, 31(5), 2019.
  3. Douketis, JD. Insuficiência venosa crônica e síndrome pós-flebite. Manual MSD: Versão para saúde da família. Fev, 2021.
  4. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Tradução de European Union herbal monograph on Aesculus hippocastanum L., semen (EMA/HMPC/638242/2018).

Escrito por

Mariana T. Weinfurter (CRN-10/8252P)

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